Viva a bagunça!

                     Ilustração meio fÚtil (intervenção em tela com recorte de jornal e acrílico)

Intervalo*

Intervalo* para ouvir, pensar, sentir, emocionar-se...

com a voz da minha diva, Maria Bethânia (no vídeo, muito novinha)

o texto lindo do maior poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa

e um beijo de Natal da fÚtil, na foto às escuras!

http://www.youtube.com/watch?v=7MFKZZ65xxk

Fétiches e Natal

Fétiche é uma palavra estranha para descrever a minha paixão por árvores, mas para que o seu significado fique mais explícito neste contexto, digo que é o meu fétiche natural!

Hoje pela manhã, apesar do friozinho cortante, apeteceu-me ir passear de máquina fotográfica a tiracolo. Sem horas e sem compromissos, andei pelas ruas do meu bairro, vendo tudo com olhos de inverno. Fiz mais de duzentas fotografias em uma hora de caminhada e até esqueci o frio...

Para intervalar do décopatch, decidi partilhar convosco algumas fotos das árvores da minha rua. Árvores de todos os dias, de todas as estações e porque não - árvores deste Natal!

Espelho meu...

Haverá alguém mais idiota do que eu?! Espero que haja e nesse caso, que aprecie o trabalho de minúcia com décopatch, na moldura do espelho. 

A fotografia não está famosa, têm de me desculpar, mas ainda assim acho que dá para perceber como é curioso este espelho oval. Atentem bem nos ganchos, de origem, estratégicamente colocados, sugerindo a possibilidade de vários usos! São os pequenos detalhes que fazem a diferença, já sabemos. Mesmo assim fico sempre surpreendida como as coisas mais improváveis vêm ao meu encontro. Certo é que o/a idiota que pregou os ganchos no espelho, encontrou, anos depois, o seu reflexo!

Mercado da Ribeira

Apetece dizer com voz esganiçada de vendedeira da praça: Olh'á sardinha liiinda, venha ver fregueeesa!  Mas convenhamos que não seria muito apropriado introduzir um pregão do século passado num espaço virtual desta época. É que para além do mais, falta aquele cheiro próprio das bancas do peixe fresco.

Sendo assim, esqueçam a entrada, leiam  partir daqui e apreciem a bela espinha de bacalhau que esteve durante dois anos na minha posse e que agora se encontra à venda numa deliciosa loja em Sintra. Daquelas lojas onde nos perdemos a cobiçar tudo e acabamos encolhendo os ombros, porque o Pai Natal está falido. Mas voltando ao meu peixe, que espero seja muito bem tratado, ele não foi sempre assim. Era absolutamente cor de ferro (o material de que é feito) e esteve como escultura no meu quintal. Como era de prever não escapou às modernices e foi das primeiras cobaias com a recém descoberta técnica décopatch. Enfim teve sorte pois arranjei-lhe uma vestimenta à maneira! Um "upgrade"  que lhe valeu estar agora como expositor  de bijuterias. Em Sintra, perto das queijadinhas, nham, nham...

United colours ofÚtil

Sem muita história ainda, apresento-vos a mais recente produção.Tão recente que ainda está disponível!

Se alguém estiver interessado nesta mesinha de madeira maciça (41x32x40), com um cheiro a Art Nouveau, pode contactar-me para informações detalhadas. Mas têm de ser rápidos pois há já alguns admiradores indecisos...por pouco tempo, diz-me a experiência!

"Less is more"

Gosto desta  expressão porque define um conceito difícil de concretizar: menos é mais (desculpem, mas em português não me soa tão bem!) aplica-se  totalmente ao resultado obtido com esta mesa, depois de décopatchada. O verdadeiro desafio foi ter conseguido transformar uma simples mesinha, numa mesa simplesmente elegante! E para ser coerente com a imagem... chega de palavras.

Se alguém lhe oferecer flores...

Se alguém souber que objecto é este e para que serve (ou servia...), ganha um doce! E olhem que não é nada fácil. Vou dar pistas: é de madeira e tem a altura de metade de uma gravata. Foi-me apresentado tipo, "o que é que podes fazer com isto?" Dada a particularidade do objecto em si, não o décopatchei. Decidi (e bem), pintá-lo conforme as fotos atestam. Desbunda total! Primeiro a frente do cavalheiro com a gravata quase até meio das pernas. Amarela ainda pr'a mais! E,  requintes de malvadez, os cabelos do peito a sair do colarinho da camisa -um homem à antiga! A etapa seguinte foi  o que desenhar na parte de trás? Elementar, como diria Sherlock Holmes. Um cavalheiro naqueles aprumos só poderia esconder um ramo de flores! Escolhi amarelas para combinar com a gravata! Agora fico à espera dos vossos palpites. Têm todo o fim-de-semana!

Tea for two!

"Picture me upon your kneeJust tea for two

 and two for tea

Just me for you 

and you for me...alone"

Num dia de chuva como o de hoje, que tal um chá aromático servido na cama? Para banda sonora sugiro "Tea for Two", do musical de 1925! Se não vos agradar, podem escolher qualquer das inúmeras  versões desta canção, desde a popularizada por Doris Day (que protagonizou o filme em 1950), até à versão chachacha, de Tommy Dorsey, passando pela de Ella Fitzgerald e Count Basie, só para mencionar alguns.

E que acham de servir o chá neste apropriado tabuleiro romântico? Versão by fÚtil, claro está!

O toucador da Flor

A meu ver, esta é uma daquelas peças que é tão bonita vista de frente como de trás. E por dentro, posso afiançar - pois nada escapa à garras desta maníaca da perfeição.
E mostra como um  vulgar toucador de madeira clara ganhou uma nova personalidade.
A "freguesa" é a Flor, a primeira das colegas que teve a ousadia de me confiar esta  sua preciosidade, ainda no início das minhas aventuras com décopatch. Até hoje estou-lhe muito grata por isso!
Foi uma aposta ganha, de tal modo que passado um mês se tanto, já tinha dela uma encomenda de maior porte para fazer "pandan" com o toucador... nada mais nada menos que uma enorme arca onde cabe lá dentro este mundo e o outro.  Mas isso fica para outro post!

Falta de Quorum...

Isto de alimentar um blog tem muito que se lhe diga.  Este recém-nascido que ainda nem um mês completou, come-me as papas na cabeça... mas tudo calmo.... tudo tranquilo.

Demasiado tranquilo para meu gosto, devo confessar!

Aonde estão os meus amigos e os amigos dos amigos, que era suposto virem aqui espevitar este espaço lúdico?!

Quase me apetece gritar com sotaque do brásiu: Onde está você agora?

Que eu saiba ainda não é véspera de Natal, que é quando todos desaparecem porque andam a comprar os presentes de última hora, nas lojas da praxe.

É que se quiserem oferecer coisas giras, originais, têm aqui um atelier  ao dispor, com atendimento personalizado.

Bem sei que estas coisas do décopatch  levam tempo a conceber e a executar, mas até Dia de Reis ainda têm tempo! Apareçam, tragam sugestões, apanhem coisas da rua - juntos podemos colorir a crise...

A propósito e porque deve haver aí muita preguiça à mistura, deixo a sugestão que a foto ilustra - uma mãozinha de madeira para coçar as costas!

"Três Cantos"

O mar está dentro dos búzios... dentro deste, estão canções. Encosto-o ao ouvido e escuto: A Noite passada (Sergio Godinho); Mariazinha (José Mário Branco); Se tu fores ver o mar (Fausto).
"Três cantos" enfim juntos. E esta espécie de grande caracol de água, predador de moluscos e  de estrelas-do-mar, transformou-se numa concha encantada!

Dia de S. Martinho

Dedico este post aos meus pais, que comemoram hoje

58 anos de casamento!

Por tradição,  no dia de S.Martinho comem-se castanhas e bebe-se água-pé. Mas como aqui no blog a tradição já não é o que era, proponho uma caixa décopatchada para ocasiões especiais...

O conteúdo também é by fÚtil: canudinhos de bolacha recobertos de chocolate, com a particularidade de terem sido carinhosamente enrolados com papel de seda de cores sortidas - Sirvam-se!

Encontros imediatos do 3º grau...

Apresento-vos o meu mais recente desafio, que em nada tem a ver com a leveza de outros trabalhos décopatchados. Esta coisa pesada que  até agora não fazia parte do meu universo, é uma ferramenta de trabalho preciosa para os  seus proprietários.

Tratando-se também de um carrinho mascote que fica muitas vezes na loja (um mundo para a gente das artes),  pensaram os donos em o tornar mais atrativo, pois que na sua original cor de laranja se notavam já as marcas dos dezasseis anos de uso.

Se bem pensaram melhor o fizeram. Quis o acaso que a oportunidade surgisse, num dia em que fui  à loja abastecer-me de mais material  viciante... e um dos proprietários estar lá.

Tenho de confessar que fiquei momentâneamente atónita com a proposta para decorar o dito objecto rolante. Mas uma mulher recompõe-se rapidamente!

O "ET" foi-me entregue em casa onde permaneceu durante quatro dias, ocupando-me a sala quase toda, quando posto na horizontal. Grandes sessões de aeróbica fiz com ele...

Quando o vieram buscar estava com o ar apetitoso que podem ver na foto,  posteriormente tirada  na loja. En su sitio!!!

Jardim Secreto

Dentro de nós há tudo.  Até árvores que nunca vimos...

Talvez por isso tenha especial carinho por estas, enfeitadas com a mesma técnica, mas ainda com mais minúcia, pois medem 15 cm. da base até ao raminho mais alto. São  feitas de papel maché e quando as vi na montra da minha loja favorita para compras do material com que trabalho, não resisti a trazer logo as três.

São as três Graças: a do meio é a Amorosa, a lilás é a Mística e a Vaidosa tem os ramos coloridos.

Acredito que todos temos um jardim secreto e é nesse lugar que se alimentam as pequenas árvores que também somos!

Feira da Ladra II

Para quem não sabe, e dirijo-me  a algumas pessoas da novíssima  geração que eventualmente leiam este post, o objecto em forma de rim aqui exposto,  é o bidé dos seus antepassados!

A maior parte de nós, mais novos ou mais velhos, já vimos alguns semelhantes a este em fotos, ou reconhecemo-los das casa dos avós.

E claro, Feira da Ladra que se preze tem sempre  bidés de esmalte e seus suportes, tal como os antigos lavatórios e respectivos jarros.

Também eu herdei um bidé parecido com este que décopatchei para uma cliente (a minha melhor cliente devo dizer), mas que aguarda pacientemente no quintal que um dia lhe ponha as mãos e o transforme numa fruteira - fabulosa sugestão de um amigo meu!

Nem vos conto a trabalheira que é tapar um bidé com papel de florzinhas e pintá-lo de laranja nacarado na parte de baixo, como este. Não ficou um amor? Desde então, está numa simpática varanda  fazendo "pandan" com uma antiga cama de ferro, convertida em sofá.

E pensar que antigamente era nele que se lavava o rabiosque!

O primeiro banco...

Apanhado na rua e afinal já teve honras de produção fotográfica com pano de fundo e tudo!

Ninguém dava nada por ele, tão pouco eu quando o vi melhor: o tampo de madeira irregular tinha uma  uma rosca moída atarrachada às pernas de ferro com a tinta descascada. Foi um primeiro desafio que resultou bem. Tem sido muito cobiçado, até tem. Mas este não está à venda. Como primeiro amor... é para guardar!

Feira da Ladra I

... É terça-feira

e a feira da ladra

quase transborda

de atafulhada

E a rapariga

vende tudo o que trazia

troca a tristeza

pela alegria...

Querem  melhor legenda para a foto do molho de cruzetas, do que estas palavras da

belíssima canção de Sérgio Godinho? Só falta mesmo o som!

Embirrações de estimação

Agora que este espaço já tem uma moldura mais uma cadeirinha de criança e antes de descarregar outras peças, achei que dava jeito colocar aqui um cabide manequim - com nova roupagem!
Para pendurarmos os casaquitos, que já começam a saber bem.

A relação difícil  que tenho, com este apetrecho, "imbirração" mesmo, remonta à infância, posso afirmá-lo hoje. E não precisei de meditar profundamente sobre a questão. Enquanto décopatchei o dito, numa Sexta-Feira Santa, deu-se a revelação. Nas cerca de 12 horas de penitência, à medida que o cabide ia ficando coberto de ramagens, recordei as casas da família, numerosa por sinal. Em todas elas havia um cabide enorme que, para uma menina impressionável, parecia um corpo de homem sem cabeça... invariavelmente castanho escuro, com umas pantufas postas em baixo nas travessas; por vezes envolvido num casaco de quarto também de cor muito soturna; por vezes com umas calças cinzentas penduradas na zona da cintura!
Agora tenho outro para decorar e já estou a pensar numas cores atrevidas. Continuo a achar um objecto antipático, mas é útil. Oh se é!

Desespero...

Socorro, nunca imaginei que fosse tão complicado criar um blog!

Ou talvez deva dizer que não sou mesmo nada talhada para estas coisas. É tão mais fácil "décopatchar"...

Passo a explicar: Décopatch é uma marca e é uma técnica de decorar objectos, colando pedacinhos de papel, tipo puzzle estão a ver? Convém não confundir com découpage que são  trabalhos de decoração, mas usando guardanapos de papel. Não tenho nada contra guardanapos de papel. Há-os lindos para colocar nas nossas mesas às refeições.
Posto isto e de posse de uma vasta quantidade de folhas, de variadíssimos padrões deste finíssimo papel (resistente depois de colado e envernizado), adoptei o verbo "décopatchar" quando me dedico a essa actividade. Imaginem-me a dizer às minhas amigas: Este fim-de-semana não contem comigo - tenho que décopatchar uma cadeira, uma arca, uma grua, lol!
Mesmo assim,consegui arrastar esta cadeirinha de criança, by fÚtil, pois então, para esperarem sentadinhos enquanto não vier o resto da mobília. OH MY DOG!

A paciência é uma arte...

Gosto desta definição. Faz-me sentir que as coisas que faço, ainda que não sejam obras de arte, são obras de paciência e dedicação.
É um hobby, uma terapia ocupacional, uma paixão, sei lá...
Só sei que descobri há um ano uma técnica fantástica,  para quem tem habilidade de mãos e ideias malucas -como eu; para quem gosta de apanhar coisas do lixo, ou descobrir raridades em lojas de 2ª mão -como eu; para quem olha para um objecto e imagina uma história - como eu.

Reciclar, reutilizar, "repaginar" tudo o que se quiser, com papel especial, é a base daquilo que faço e me proponho continuar. Quanto mais não seja para me divertir e fazer o gosto ao dedo.
Bom, depois há a procura, que já está a ficar equilibrada com a oferta. E esse é um grande incentivo para me atrever a divulgar/partilhar em grande escala, as minhas coisas fÚteis.

Mas vão ter de esperar um tempo, até que eu aprenda, com muita impaciência, por sinal, a ilustrar este espaço assustador de tão branco, com as fotos dos trabalhos que tenho feito ao longo deste ano e que por artes mágicas foram todos arrematados. Fixe!!!